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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Torradas queimadas


Sentei-me para escrever mais um post. Antes disso, resolvi apenas abrir meu e-mail. Mais uma das tantas vezes que chequei a caixa de mensagens hoje...
Lá, havia uma, de uma querida amiga, Patrícia. Aquela amiga de infância, cujas memórias são doces e engraçadas, e que, depois de tantos anos, as redes virtuais permitem nova aproximação e encontros.
Abri, assim, imaginando que o teor da mensagem fosse, apenas, os detalhes do café que estamos planejando. Mas foi mais do que isso.
Recebi a mensagem abaixo. Linda e exatamente sobre o assunto a que me dispunha, inicialmente, a escrever.
Um texto tão simples e tocante, que pode sintetizar o modo com o qual deveríamos nos relacionar com todas as pessoas e com o mundo em que, infelizmente, predominam a intolerância, o preconceito e a ingratidão. E assim chegou até mim 'Torradas Queimadas', cujo autor é desconhecido, mas sua intenção e sensibilidade jamais deveriam sê-lo:


TORRADAS QUEIMADAS!

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um
lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente
de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho,
muito duro.

Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas
bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado
um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua
torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na
escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele
lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por
haver queimado a torrada.
E eu nunca esquecerei o que ele disse:
" - Adorei a torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai,
eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.
Ele me envolveu em seus braços e me disse:

" - Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava
realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a
ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu
também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o
melhor pai, mesmo que tente todos os dias!"

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas
alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das
chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as
falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma
panela de alumínio brilhando.
Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar
cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não
sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo
você tomava banho rápido, sem reclamar.
A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apoia, eu e ela
nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto
temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este mundo
vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para
fazer o melhor.

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de
relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com
amigos.

Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem
dedica o precioso tempo da vida, a você e ao próximo.

"As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse.
Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir."

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