Engraçado. Por muito tempo defendo a idéia de que a impunidade é o grande problema do Brasil. Hoje, assistindo ao jogo do Brasil na Copa do Mundo percebi claramente a razão pela qual a impunidade acaba sendo um grande câncer mundial, não apenas brasileiro.
À medida que o jogo avançava, as faltas foram ficando mais duras, a atitude do juiz era sempre a mesma. Determinava a cobrança de falta e nada mais. No máximo, uma conversinha pra tentar chamar a atenção, tal como se tenta conversar com uma criança quando ela passa um pouquinho dos limites.
E o jogo corria... golpes mais duros iam acontecendo. Cada jogador se sentia no direito de 'cobrar' seus direitos, sendo cada vez mais desleal e mostrando seu lado anti-desportista. Cotoveladas, carrinhos, travas na canela, tornozelo. Temperos a mais, vinham o 'olho no olho', as mensagens subliminares, e nada do juiz se posicionar. Até que efetivamente a luta se instalou.
O jogo de futebol, assim como em qualquer grupo humano competitivo, seja numa empresa, numa escola, num clube, na praia, o senso de justiça e punição, a eterna regra newtoniana de ação e reação é elementar. Quanto mais a impunidade ganhava espaço, por ausência de autoridade legítima detentora do poder de punir, maior o descontrole.
Assim também é na Vida. Não só no Brasil, como em qualquer cantinho do mundo, delega-se a autoridade punitiva a um outro ente, em geral o Estado. Na ausência de ações concretas visando a correção dos erros, o caos se instala. Esse jogo não lhe parece familiar, caro leitor?
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