RSS

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apelidos


Em tempos de combate ao bullying, proponho hoje uma discussão sobre apelidos.

Nunca gostei deles, certamente por já ter passado por esta amarga experiência escolar há mais ou menos duas décadas e meia atrás (cruzes!), cujo resultado fora briga com colegas, omissão da escola, culminando com a intervenção maternal que, enfim - como sempre - resolveu o problema.

Denominações paralelas sobre seu tipo físico ou personalidade. Vale a pena destacar?

Um dos principais direitos fundamentais da pessoa humana, o nome é um processo de escolha dos pais, já processado durante a gravidez ou logo após o parto. Você é identificado, singularizado e personificado pelo seu nome, carinhosamente escolhido.

O grande problema é quando a sociedade abre mão do seu nome para identificá-lo por um apelido, um outro nome, não derivado do seu próprio, seja por permissão individual ou por imposição (esta última mais gravosa). Ato que é capaz de gerar traumas, conflitos e tristezas, perseguindo o indivíduo por todo o sempre.

Imagine-se sendo Ana e, do dia para a noite, ser chamada de Josefa. Há uma quebra indiscutível de identidade, uma rejeição natural sobre aquilo que nunca deveria ter sido. Eu, por exemplo, odeio ser chamada de Isabel ou Isadora (nada contra os nomes), rejeição fruto das diversas vezes em que erraram, por distração, ao chamar meu nome Isabela.

Não nego que já pus apelidos, nego menos ainda de ter gargalhado solenemente ao ouvir um deles, daqueles 'bem' colocados, mas o certo é que hoje já procuro não fomentar a ideia, assim, apenas ouvindo, sem passá-lo adiante. É meu protesto pessoal contra a prática.

Você pode continuar tendo o mesmo tipo físico, ou não, tendo a mesma personalidade, ou não. O apelido força muitas vezes a mudança ou emperra-o num estado mental petrificado, onde nada parece ser possível, mesmo que o queira.

É contra esta realidade que me refiro... sem contar que muitos geradores de apelidos já tiveram que responder judicialmente, indenização por dano moral, pela infeliz ideia de apor outra denominação a alguém, pelo simples fato que é direito do cidadão ser chamado pelo seu nome próprio.

Portanto, atenção na próxima vez que quiser apenas fazer uma brincadeira!

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...