Início de tarde. Trânsito maluco. Cheguei ao meu destino ilesa, sem danos materiais ou físicos. Já foi uma vitória. Percebo que mais do que apenas veículos trafegando, estou no meio de uma guerra sem precedentes.
Na porta da garagem onde estaciono o carro todos os dias, um impasse.
Ao mesmo tempo eu querendo entrar e outra querendo sair. Uma fica olhando para a outra para ver quem desiste primeiro e engata a marcha ré...
Inércia...
Passados dez segundos não aguento e dou o braço a torcer. Inicio o retorno. Luz de ré acesa, tento subir a rampa que já tinha descido...
Eis que outro veículo aparece atrás de mim, também querendo entrar na dita garagem (sim, esses donos de estacionamentos estão ficando milionários!)
Ninguém se move.
Outro veículo quer sair e posiciona-se atrás daquela que esperava a minha marcha ré.
Desisto e saio do carro. No meio da rampa. Apelo para o bom senso.
Muito pior exigir que os da rampa retornem, prejudiquem o trânsito, podendo até atropelar um pedestre desavisado, do que pedir carinhosamente para que os que estão dentro do estacionamento recuem cerca de 3 metros, sem risco algum, para dar espaço aos que preferencialmente, pela lei de trânsito, deveriam ser os primeiros a entrar.
Mas essa não foi a interpretação da minha adversária.
Apelei.
Diz o artigo 29, III, a do CTB:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
Após uns dez minutos de discussão, gestos não amigáveis e palavras não carinhosas, todos foram convencidos de que o melhor mesmo era, finalmente, exigir o recuo dos que estavam no estacionamento para dar entrada aos que estavam chegando, já que, a esta altura, o trânsito nas imediações estava comprometido com o impasse dos quatro carros (eu incluída).
Buzinas, buzinas e mais buzinas.
Alguns só paravam e riam. Não me pergunte por que ninguém ajuda nessas horas. Querem mesmo é ver o circo pegar fogo. Quem sabe ver duas mulheres puxando uma o cabelo da outra? Daria um bom espetáculo...
Não comigo como atriz principal.
Não comigo como atriz principal.
Eu voltei para meu carro. Tranquei a porta. Aumentei o volume do som e continuei a esperar. Respiro dez vezes. Mantras acionados.
Enfim, a passagem. Entro na garagem. O outro carro, que seguia atrás de mim, também.
Impasse resolvido. Todos seguiram aos seus destinos. Minha adversária, indignada, cantou pneu e saiu da garagem. Não deve estar no seu melhor dia, pensei.
Indago ao dono da garagem: uma pequena placa, indicando qual é a preferencial, resolveria o problema nada disso teria acontecido. Ele concorda, mas retruca. - Confiamos no bom senso das pessoas.
Torço o nariz, sigo meu rumo.
Se bom senso fosse padrão de comportamento, os fóruns não estariam abarrotados de processos, as delegacias estariam vazias, os dicionários não precisariam incluir palavras de xingamento, valores sociais seriam cultuados, solidariedade não seria raro nem moeda política, regras seriam obedecidas, códigos e leis seriam desnecessários...
Reflexão... Definitivamente, não há bom senso em doses suficientes circulando pelas veias de todos.
E ai? Já tomou sua dose de bomsensol hoje? Junto com ele também é bom tomar o simancol, o baixaabolol e o sinxergol. Não dói, é de graça e faz bem não só para você.
Já garanti o meu estoque...
Se bom senso fosse padrão de comportamento, os fóruns não estariam abarrotados de processos, as delegacias estariam vazias, os dicionários não precisariam incluir palavras de xingamento, valores sociais seriam cultuados, solidariedade não seria raro nem moeda política, regras seriam obedecidas, códigos e leis seriam desnecessários...
Reflexão... Definitivamente, não há bom senso em doses suficientes circulando pelas veias de todos.
E ai? Já tomou sua dose de bomsensol hoje? Junto com ele também é bom tomar o simancol, o baixaabolol e o sinxergol. Não dói, é de graça e faz bem não só para você.
Já garanti o meu estoque...
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