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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Gangorra


Já faz tempo que deixei de ser criança, bem sei. Mas algumas brincadeiras ainda persistem nos dias de hoje, num outro contexto, sob outra forma, mas ainda persistem.

É o que digo da gangorra. Tal como na brincadeira de crianças, ora estamos no alto, ora estamos embaixo. Na vida dos adultos, há semelhanças...

Oscilar entre um ponto ou outro, seja na vida financeira, afetiva, social ou profissional é quase certo. Aprender a lidar com estas variações é algo bastante interessante para a saúde de qualquer um. É muito comum firmarmos nossas projeções futuras em algum ponto específico, e se este castelo eleito desmorona, grande parte de sua saúde vai com ele, como ondas do mar que o carregam e destroem.

Alguns acreditam que focar em uma corrente única trará resultados rápidos, principalmente no campo profissional. Se o afetivo der certo, ótimo, se não der, vamos levando...se a família der certo ótimo, se não der, vai-se levando...se o crescimento espiritual, pessoal, solidário for possível ótimo, mas se não der, sem problemas... será?

Eleger como prioridade um só campo na vida pode trazer prejuízos, muitas vezes irrecuperáveis. E vai que esse troço todo vai por água abaixo. E se todas as suas fichas apostadas de repente acabarem e não houver mais em que acreditar? Se todos os projetos implodiram, como agir?

Lidar com os altos e baixos é, de certa forma, amadurecer e entender o fluxo das energias que vibram em você. Hoje, entendo que sou um ser único, dotado de muitos talentos a descobrir e a aprimorar e é muito pouco limitar minha vida num só sentido. Quero sim exercer todos os meus papeis plenamente... sou a isa mãe, a isa filha, a isa esposa, a isa advogada, a isa irmã, a isa amiga, a isa espírita, a isa artesã, a isa escritora, a isa ociosa, a isa dona de casa, a isa atuante, a isa investigadora, a isa motorista, a isa viajante, a isa curiosa, a isa leitora, a isa consumidora, a isa cidadã, a isa crítica, a isa anfitriã, a isa virginiana, a isa chata, a isa bacana, a isa vencedora, a isa perdedora, a isa grande e pequena, professora e aprendiz. Sou tudo isso e mais um pouco, não sou uma só.

Aprendi que, fortificando todos os meus lados, não deposito minhas energias num único sentido e consigo lidar melhor com as frustrações e perdas. Se não deu certo o jantar que planejei, tenho o maridão para rir comigo. Se aquele trabalho não aconteceu, tenho uma tarde de brincadeiras com minha filha, se a viagem não rolou, uma recepção com o amigos vai bem. É um jogo de compensações, cujo sentido único é a felicidade.

Assim, a sensação que fica é que estarei sempre no alto, no alto daquilo que elegi como prioridade naquele momento. Sem mágoas, sem ressentimentos, sem perdas.

Quem venham os ventos bons!

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