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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Porcaria de calor


Tô no inferno. O verão é a estação mais chata para mim. Eu simplesmente odeio sentir calor. Suor no corpo, sol na moleira, pressão baixa, conta de luz nas alturas porque eu não consigo viver sem ar condicionado.

Entro no paraíso assim que o aparelhinho começa a gelar o ambiente.

Acho que as pessoas que adoram o calor tem um defeitinho de fábrica. No frio, é diferente, você enche o corpo de casacos, não há limites. Há um arsenal de utensílios que te afastam do frio. Agora, o calor...

Sai de casa... tudo bem, o carro tem ar condicionado, já é alguma coisa. Mas para em qualquer lugar que não tem estacionamento coberto, cinco minutinhos e pronto! O carro vira uma estufa ambulante e ligar o ar nestas condições é levar uma baforada quente no meio da fuça. Não adianta.

A ideia é ir para a praia? Ótimo, vamos lá. Encaramos um trânsito quilométrico (sim porque a mobilidade urbana em minha querida Floripa é inexistente), com sol na moleira e a marcha não saindo da primeira. Braço e mão queimando no volante... Tá bom, chegamos depois de quase duas horas de trânsito.

Beleza. Carro só conseguiu ficar no sol, sombras inexistentes. Na volta, outro suplício.

Aí vem a hora da mula carregadeira. Pega cadeira, guarda sol, bolsa, bola, outra cadeira, toalhas, frescobol, brinquedinhos de praia, máquina fotográfica, e sempre se esquece alguma coisa.

Segue a tropa. Filha começa a reclamar que o sol está quente demais e que o pé  queima (não quis botar a sandália?!). Ai, tá bom, arreia tudo, bota a sandália na criança...Tá bom assim filha? Falta o meu chapéu mãe. Beleza, chapéu na cabeça, vambora! (Entra em cena a mula carregadeira de novo).

Ai mãe, a sandália fica jogando areia para a minha perna aqui atrás! Ô filha, prefere queimar o pé nessa areia? Não mãe, tá bom, eu aguento.

Vamos.

Lugar escolhido. Praia lotadaça. Graças a Deus encontramos um lugar. Chega a vez da virginiana organizadora.

Estira a toalha, abre os brinquedinhos, as cadeiras, chinelos embaixo, bolsa na sombra (devidamente presa, porque a bandidagem está solta por aqui), ajeita a criança, filtro solar ok antes de sair, melhor reaplicar.

Ufa, sentei...Ahhhhhhhhhhhhhhhhh, esqueci o chapéu, sabia que tinha esquecido alguma coisa. Deixa pra lá, nem pensar em voltar aquilo tudo por causa de um chapéu, depois eu encaro o caladril mesmo.

(meia hora depois) - Mãe, tem milho verde? Tem filha, vou lá comprar. Água também, ou um suquinho bem gelado, água de coco... e um sorvetinho, pode ser?

Claro, tá um calorão né filha? A gente divide né? Tá bom.

(menos 40 reais depois). Ai mãe, tô toda suja de areia! Vai lá se lavar filha. Mas tá cheio de água viva na água, tenho medo. Ah é? Então a mãe pega um baldinho para te limpar...

(Ai, isso é descansar? Nem sentei ainda).

Aí chega aquela sua amiga linda, trezentos quilos mais magra que você...

Oi Isa, tudo bom? Tudo querida e você? (raiva!!!) Ainda bem que nem tinha tirado a saída de banho ainda. Nem vou tirar, depois dessa.

Duas horas depois, a filha cansa de brincar na areia, quer ir para o mar. Beleza. Vamos juntas. (Tira a saída de banho escondidinha e vai rapidinho pro mar (quanto mais rápido menos pessoas olham sua silhueta e seus defeitinhos corporais).

Momento bom, brincadeira na água, sempre desviando da água viva. Uma queimadinha dessas estraga a semana. Até que muitas águas vivas chegam perto de você e te expulsam do mar.

Ai, cansei disso aqui, vamos embora filha. Vamos mãe. Ótimo.

E entra em cena a mula carregadeira, o choro do pé queimado e da areia na perna, a reclamação do calor, a baforada quente na fuça ao entrar no carro e mais duas horas de engarrafamento.

êêê, chegou o verão. Que legal!

Ainda prefiro minha conta de luz nas alturas. Ar condicionado na veia e bombando aqui em casa

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