Meu irmão mais novo se casa no próximo mês de junho. Parecia que faltava tanto tempo quando eles marcaram a data. Está chegando cada vez mais perto...
Não pensava que sentiria o apertinho no peito que estou sentindo. Meu irmão está feliz, tem a mulher certa para ele, e adoro minha cunhada.
Mas o engraçado é que irmão mais novo é xodó mesmo. Um xodó tamanho que não se consegue explicar. Desde que me entendo por gente ele está na minha vida. Acompanho todas as suas fases de crescimento e desenvolvimento e não tem como eu não me sentir um pouco 'mãezinha' dele.
Lembro-me nitidamente das brincadeiras e também das brigas que tínhamos quando pequenos. Lembro-me da satisfação e do orgulho quando pela primeira vez o peguei no colo, sob os cuidados atentos de minha mãe, que colocou três toneladas de almofadas em volta de mim para uns três segundos de foto, com medo que meus braços pequenos não pudessem suportar o bebê. Talvez esta seja a minha memória mais remota. Tinha quatro anos quando ele nasceu.
Lembro do som da risada dele, gargalhando, quando pela primeira vez eu participava de uma olimpíada escolar (e ele ainda não) e o grito de guerra da minha equipe era: 'é explosão, bomba!!!! Ele achava tão ridículo o tal grito de guerra que ria só pra me irritar...
Outra risada memorável foi quando ele tirou uma foto minha acordando, cheio de ramela, tendo que fazer cara de feliz, só porque era meu aniversário e ele carinhosamente trouxe com minha mãe um café da manhã na bandeja.
Lembro de todo dia, ao fim da escola, ir até ele, tomando-o pela mão para esperarmos os dois juntos nossa mãe vir nos pegar. O desespero tomou conta de mim quando, por uma só vez, não consegui encontrá-lo no meio daquela multidão de crianças igualmente uniformizadas, saltando e correndo de um lado para outro. Minha mãe chega e eu chorando digo: mãe, perdemos o 'nosso Niro' (apelidinho só nosso, derivado de Robert de Niro, tão lindo que era).
Lembro-me de fazer às pressas os deveres dele, só porque ele esqueceu de fazer. E de ficar preocupada quando ele avançou à 5ª série, quando um único professor se multiplicava em dez, uma para cada matéria (terei que fazer dez lições, aaahhhhhhhh, socorro!)
Lembro-me de, assustada, levá-lo até minha mãe quando uma doença ocular misteriosa lhe ocorreu, do dia pra noite, e eu disse, corajosa: Mãe, acho que o 'nosso Niro' vai perder a baga (baga: leia-se, 'olho'). Ele acordou assim mãe, ó! Susto...
Também lembro de segurar a mão dele com força quando ele ia ao colégio enfrentar o fato de usar aparelho ortopédico.
Lembro de dividir o pogobol e a prancha de surfe (ou o antigo mori buggy), de ganhar e perder no atari. Lembro de tanta coisa...
Ainda mais nítida é a recordação de que ele fazia tudo para me convencer a brincar com ele. E eu, na minha fase aborrescente, fazia de um tudo para me livrar da presença dele. Domingo de manhã, ele puxava o edredon e convidava, às 7 da matina: vamos brincar de alguma coisa? E eu respondia: brincar de quê? Ah, de qualquer coisa que você quiser...
Era sempre assim, ele topava qualquer coisa para ficar comigo. E eu era bem sarcástica: mandava ele brincar de dormir, de ficar quieto, de estátua, de esperar o relógio passar o tempo e tudo mais. Nada disso o aborrecia. Eu era a irmã mais velha, afinal...
Brincávamos muito: de lojinha, jogos de tabuleiro, Castelo de Grayscow, Forte Apache, esconde-esconde, pular corda, personagens, vídeo game, lutas.
Lembro de entrar na igreja, nós dois, sendo daminha e pajem do casamento de nossa irmã Regina. Como eu estava nervosa e ele calmo. Ele tinha dois aninhos e foi um príncipe.
Ele é um verdadeiro príncipe.
Sempre disse que a moça que se casar com ele é uma verdadeira sortuda. Meu irmão é tudo de bom. Além de lindo, charmoso e amável, ele é carinhoso, gentil, batalhador, inteligente, sagaz, divertido, profissional exemplar. Super família, um canceriano típico. É um filho mais do que especial, será um pai excepcional e um marido incrível. (Para a Fernanda não ficar com ciúmes digo que ele também é sortudo, ela é especial e vejo nos olhos dela olhos o quanto ela o ama).
Hoje, minha filha é que estará treinando para ser sua daminha de honra. E que emoção sentirei ao ver esta cena acontecer. Levará as alianças que o unirá para sempre à sua mulher. Vou presenciar esse momento e sentir que verdadeiramente, ele cresceu. Só vou segurar as lágrimas porque ao mesmo tempo saberei que ele sempre será 'meu Niro' e que sempre poderei contar com ele para tudo. E ele, comigo.
Hoje, sou eu que te idolatro, que sinto sua falta e que te admiro, pelo homem maravilhoso que te transformaste e que eu sempre soube que veria um dia.
Esse dia chegou! Te amo pra sempre!
6 comentários:
Meu Deus, to emocionado até agora! Tantos momentos lindos que passamos juntos... ler o teu post me transportou diretamente para a infância: vivenciei cada momento juntos! Agradeço a Deus a oportunidade de trilhamos nossa vida no mesmo momento sendo irmãos.
Te amo muito, e tenho certeza que muitos momentos inesquecíveis virão.
Muito obrigado por mais esta homenagem!!! Irmã, mãe e agora madrinha!
Tbm sou apaixonada pelos meus irmãos, os tres.
Lendo o post me deu uma saudade da infancia: Atari, Forte Apache, Castelo de Grayscow, Banco Imobiliário.
De certa forma, para mim eles continuam 'os meninos'...
Ok, bjs! (uhauhauhauhauha)
ISA, QUERER BEM é mesmo um grande privilégio, não?!
FELICIDADE. Muita.
Um abraço.
José Santana Filho/Crônicas e Reflexões
Lindo teu post Bela! O amor que vocês sentem e demonstram um pelo outro realmente é LIIINDO. Beiijos
Isa!! Que depoimento mais lindo!!!Que sentimento maravilhoso!
Perdi meu irmão há dois anos e sinto muita falta dele!!
Crio meus 4 filhos para serem assim... serem amigos e se amarem!!!
beijinho
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