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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mãe, meu dente caiu!


Para quem não conhece, apresento-lhes a Fada do Dente.

Uma lenda que concede às crianças pequenos mimos se deixarem seus dentes caídos embaixo do travesseiro. No dia seguinte, ao acordar, a criança verifica a troca e sai feliz por ver substituído seu dente de leite pelo agradinho.

Hoje, minha filha perdeu o primeiro dente. Foi uma festa aqui em casa. Foi assim, tranquilo, divertido, como tinha que ser.

Fico maravilhada como as crianças encaram a questão bucal hoje em dia. Confesso que, para mim, ir ao dentista sempre foi um tormento. Sei lá porque razão, meu dentista ficava em uma cidade distante uns 150 quilômetros da minha, mas encasquetaram que tinha que ser aquele alemãozão de 2 metros de altura, forte pra caramba, sem tato nenhum com criança e uma mão tão pesada como chumbo.

A sala de espera, me lembro bem, tinha um papel de parede que imitava uma trilha de floresta e eu dava tudo pra trocar de lugar com o menininho que brincava naquela imagem. Tinha a sensação de esperar o dia inteiro por ele, e quando chegava a minha vez, preferia que ele nunca me chamasse. Começava o tormento, eu sempre tinha uma cárie. O dentista 'carinhosamente' dizia...mas que coisa, não passou no teste de novo, vai ter que sofrerrrr um pouquinho. Ele nunca dava anestesia e tudo era muito traumático. No final da consulta tormentosa, meu prêmio era um adesivo laranja, escrito em inglês 'no cavities' (sem cáries), que ele colava na camiseta, Vinha junto com um tapa (para colar o dito cujo)... pronto, tá sem cárrries (ele falava o rrrrr bem carregado).

Isso perdurou por anos, até que um belo dia, já mocinha, consegui finalmente trocar de dentista, uma moça muito querida que foi, aos poucos, me 'destraumatizando'. Confesso que até hoje, marcar um dentista para mim não é das tarefas mais incríveis e fáceis, mas já superei e dei grandes passos.

Com minha filha, foi diferente. Vejo que as pessoas da minha idade tem muita dificuldade, assim como eu, de ir ao dentista. Hoje, com a odontopediatria, essa realidade não existe mais. Como exemplo, posso afirmar que minha pequena conta os dias para ir ao dentista, não pode passar perto do consultório dela sem perguntar "quando vou na tia olga de novo?". Escova os dentes direitinho, adora vê-los branquinhos e fica pesarosa ao ver que eu tenho obturações, daquelas antigas de amálgma. Eu não vou ter isso mãe, eu cuido dos meus dentes direitinho.

O consultório é um encanto, livros, brinquedos, personagens escovando os dentes... De lembrança, depois da consulta, tem balão, escovas de dente, chaveiro, ímã. Tudo muito agradável. A consulta é uma brincadeira, a limpeza bucal é feita com flúor (a comidinha dos dentes) e até cobrir fissuras dentárias naturais é lúdico. O barulho da broca faz parte da história e do cenário inventado pela dentista, que conduz a tudo com maestria, conseguindo fazer todo o seu trabalho sem nenhum suspiro de medo da criança.

Com tudo isso, tirar os dentes não podia ser outra coisa senão uma brincadeira. Bem diferente de mim, repito. Deixava minha mãe louca só porque amolecia um novo dente. Corria pela casa, gritava, esperneava, dava escândalo, não deixava ninguém tocar na minha boca ao mesmo tempo que chorava por não conseguir comer direito.

Eita guriazinha chata que eu devia ser.

Também, ameaçando a criança de tirar o dente amarrando-o numa maçaneta e fechando a porta com força? Ninguém merece... só tinha que ficar em pânico mesmo, uhauhauhau.

Mas eu sobrevivi. Meus dentes vão muito bem obrigada.

Não conheci a Fada do Dente. Não faz mal, meu tempos foram outros, minha mãe fazia os dentes de brincos e pingentes (eca). 

Minha menina está crescendo. Encarou a façanha como uma vitória. Ligou para a avó, o padrinho, e os seus amiguinhos mais chegados contando a novidade com euforia e alegria, sem dar bola que já eram quase 22 horas. Ficou orgulhosa do imenso buraco deixado pelo dente faltante, se achando linda. Eu, ao contrário, fiquei por uns dois anos sem abrir a boca direito nem tirar fotos sorrindo...

Que a Fada te abençoe meu anjo, hoje e sempre, em todos os seus dentes.

4 comentários:

Fernanda disse...

Eu também tive um tirano na minha vida, só que em forma de mulher, baixinha e enfezada...essa me traumatizou odontologicamente falando, rsrsrs.

Ah, posta uma foto da boquinha banguela dela...

Emanuele disse...

Nossa que trauma esse seu....
Eu tenho um trauminha, meu dentista é meu tio, irmão da minha mãe e nem por isso é mais carinhoso ou foi quando éramos criança... Era um 'cavalo' kkkkkkkkkkk
Meu trauminha é tão grande (oi o paradoxo) que eu escovo tto os dentes e passo fio dental com tto carinho para não precisar 'visitá-lo' com frequência....
Não fui uma criança de ter cáries e nem uma adulta assim, minha última obturação foi depois q eu tirei o aparelho, aqueles 'anéis' em volta dos dentes, prejudicavam o tente revestido e o do lado, ou seja, só nesses é que eu acabei tendo que fazer algo... mas titio me dava anestesia...
Achei uma maldade essa coisa d não dar anestesia, mas enfim...
Que coisa boa sua filha não se constranger por estar sem o dente, sinal que ela não encara isso como uma falha estética, mesmo que temporária, e sim como um avanço, um snal de 'crescimento'.
Feliz por vc e ansiosa pelos dentinhos da minha começarem a cair...
Beijos

Rita disse...

Hehehe... parabéns pra banguelenta! Beijinhos nela, de janela. ;-)

Rita

Isa disse...

Obrigada pela visita e o comentário carinhoso de todos!
Gde bj!

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