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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

É o que aparenta?



Toda vez que me deparo com uma situação que parece inicialmente de um jeito, e depois se mostra de outro, ponho-me a filosofar sobre as realidades visíveis e ocultas.

A verdade, neste contexto, sempre é, apenas, a versão que se apresenta no momento, com todas as máscaras fabricadas ou não por interesses próprios os alheios. No momento em que uma ou algumas delas são desvendadas, outra verdade se faz presente, e o ciclo reinicia.

Chego muitas vezes à conclusão de que nunca, em tempo algum, a verdade absoluta será visível, porque esta, como conceito genérico, é fruto da subjetividade de alguém que a constrói de início e, depois, pelo que passa pelo depuramento das versões correlatas.

Por certo, o fato ocorre de uma única maneira. As construções que se distorcem em função do fato nunca o são de um só modo. E assim, as 'verdades' ascendem, umas sobre as outras, até não mais guardar relação com o fato inicial, que passa a ser um novo fato.

Esses movimentos cíclicos em torno do real abraçam os interesses de seus interlocutores principais, que movimentam a massa a pensar da forma como por ele foi projetada a versão. E muitos, sem questionar, são envoltos na facilidade de apenas seguir...até o momento em que outro alguém, movido por outros interesses, questiona a primeira versão e empresta um grande ponto de interrogação àquela primeira. E a massa, mais um vez, levada pela simplicidade do seguir, concretiza seu papel não nobre.

A partir do momento em que você se coloca a assistir esta dinâmica de fora, encaixam-se muitas peças de seu quebra cabeça mental. Logo, você facilmente percebe as vezes em que fez o papel do primeiro interlocutor da verdade, o papel de massa manipulada, ou até, se lhe sobrar vontade, o papel de questionador da versão inicial.

Ter a consciência de que todos esses momentos acontecem e de que forma você quer cumprir o seu papel nesse jogo, lhe dá a certeza de qual responsabilidade melhor convém, e, assim, a sua verdade fica mais transparente a todos os demais.

E aí, já escolheu a sua aparência?

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