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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vai uma palmadinha ai?

Em comemoração aos 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou mensagem que encaminha ao Congresso Nacional um projeto de lei para proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes.

O assunto não deixa de ser polêmico. É a intervenção total do Estado no ninho familiar, na educação primeira de uma criança, coisa que o próprio Estado falha, na condução da formação acadêmica.

O texto do novo projeto de lei, assinado pelo presidente Lula, define como tratamento cruel ou degradante qualquer tipo de conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou adolescente. Apanhar, seria uma destas situações.

O que verdadeiramente chama a atenção da sociedade é que o Estado aponta como possível a educação familiar de outra forma, evitando o uso da palmada ou qualquer outro castigo físico, valorizando assim a conversa, o diálogo e as restrições como métodos mais eficazes. Neste sentido, a proposta é louvável.

Eu bem sei que o castigo à moda 'SuperNanny' tem efeitos concretos e imediatos. Aquele em que você coloca a criança no cantinho do castigo e determina que ela deve ficar lá, pelo tempo de minutos X idade da criança. Por exemplo: se seu filho tem 2 anos, dois minutos, três anos, três minutos, e assim por diante... confesso, desde que apliquei isso por aqui, a mágica se fez.

Não se pode negar que uma birra de criança no meio da rua justifique ao pai ou mãe aplicar um castigo físico na frente de todos. Primeiro porque a educação e os limites se dão dentro do lar, e não num passeio. Em segundo lugar, naquele momento, nada resolveria, a não ser ir embora e 'castigar' a criança com o fim do passeio. Ninguém aceitaria ver uma criança ser 'corrigida'  através de palmadas.

Todavia, dentro de casa, a situação é mais aceitável, até porque cada um sabe dos limites que precisa e quer impor ao seu filho. O projeto de lei só veio alterar essa realidade, dizendo que o Estado não aceita sequer esse castigo físico dentro de casa.

O assunto merece estar em voga exatamente pela reflexão que provoca. Espero que muitos pais praticantes das palmadas, e mesmo aqueles que não as praticam, possam rever seus conceitos educacionais, buscando com isso a melhor forma de impor limites às crianças, hoje tão carentes destes conceitos simples. Respeito, amor, solidariedade, fraternidade, companheirismo começar a ser incutidos desde cedo. Respeitar sua vez na fila do lanche, amar ao próximo como a si mesmo, solidarizar-se com a dor alheia... todos estes elementos são absorvidos pela criança na diária leitura de mundo que ela faz. Portanto, antes da palmada, reveja suas atitudes, seus exemplos como cidadão, seu discurso aliado à prática, e disponibilize ao seu filho momentos de conversa, diálogo profundo, aberto e sincero.

A sociedade agradece...

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