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domingo, 4 de novembro de 2012

Sou piano chafariz


Na grande maioria das vezes que escrevo é o assunto que chega primeiro. Depois, a escrita é transferida ao post e por último vem a imagem, incessantemente procurada até encontrar a foto perfeita que encaixe com tudo o que foi dito.

Dessa vez foi diferente.

Encontrei essa imagem aí de cima. E logo o tema se fez presente... Um piano se prestando ao papel de chafariz e floreira? Inusitado, interessante e reflexivo...

Falo de estigmas. Falo de doação. Falo de vocação... 

Dos estigmas, aqueles bem batidos: que mulher só pode fazer isso, aquilo não. Que existe fórmula para felicidade: casar com o príncipe encantado, ter dois filhos, se possível um menino e uma menina. Que pessoas ricas são mais felizes. Que gordos são relaxados. Bipolares são loucos. Velhos são lentos. Pobres são fardos...

Um piano sendo chafariz é a quebra dos estigmas. Piano foi feito para ser instrumento musical. Só isso. Ponto final. Não, definitivamente. Ele pode ser o que bem entender. Pode chocar, pode incomodar, mas será. E depois de ver o tal piano-chafariz, nos acostumamos à imagem e percebemos que ele ficou muito bem no seu novo papel, e o desempenha lindamente.

Falo de doação. Doar-se, muitas vezes, é reinventar seus talentos em prol de algo maior. Entregar-se ao outro de forma absoluta é procurar resgatar o que de melhor possuis. É muito mais do que isso: é autoconhecimento puro. E por que será que todos que se doam são unânimes em dizer: recebo muito mais do que dou...

E a vocação... Muitos esperam que um piano seja apenas um instrumento musical. Ele foi desenhado para isto, pensado para isto, preparado para isto. E quantas vezes nos moldam a um determinado fim. Sem perceber, compramos a ideia de alguém e de repente estamos lá, executando as tarefas determinadas por quem nos moldou... Ter força para tornar-se chafariz é a essência da liberdade. Já vi dentistas tornarem-se fotógrafos. Médicos tornarem-se advogados e vice versa. Concursados aventurando-se no empresariado... 

Que todos os dias possamos ser pianos que se tornam floreiras, chafarizes, objetos decorativos, casas de passarinhos... Quebrando paradigmas, reinventando-se e conhecendo-se mais, sempre, melhor e profundamente...


1 comentários:

António Je. Batalha disse...

Meu nome é António Batalha, estive a ver e ler algumas coisas de seu blog, achei-o muito bom, e espero vir aqui mais vezes. Meu desejo é que continue a fazer o seu melhor, dando-nos boas mensagens.
Tenho um blog Peregrino e servo, se desejar visitar ia deixar-me muito honrado.
Ps. Se desejar seguir meu blog será uma honra ter voce entre meus amigos virtuais,mas gostaria que não se sinta constrangido a seguir, mas faça-o apenas se desejar, decerto irei retribuir com muito prazer. Siga de forma que possa encontrar o seu blog.
Deixo a minha benção e muita paz e saúde.

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