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Já vou deixando claro que não ganhei este selo... apenas peguei a figura para ilustrar o tema de hoje: bullying. Na verdade, esta é uma campanha que está a todo vapor entre os blogs, e muitos do que ganham este selo deixam os visitantes livres para abordar o tema em seus blogs, buscando assim ampliar a discussão e divulgar o assunto.
Portanto, embora à primeira vista possa parecer um tanto cara de pau pegar o selinho emprestado, os fins, neste caso, justificam os meios.
Bullyng é hoje uma palavra bastante difundida e conhecida. Representa atos de violência física ou psicológica, intencionais ou repetidos contra um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.
O assunto vem sendo discutido amplamente nos ambientes escolares, pois é neste nicho que todo ser humano inicia suas relações sociais. A escola é o lugar onde a criança começa a perceber que o mundo não é só sua casa, seu pai e sua mãe... e é aí que tudo começa.
Não me lembro de ter sofrido bullyng na escola, não assim, tão agressivamente. Mas, repensando sobre o assunto, acredito que sofri sim, em graus menores, mais ainda com alguma repercussão na vida adulta.
Quando qualquer criança ou adolescente foge aos padrões de forma física, em geral, é alvo de bullyng. Eu sempre fui muito grandona, a mais alta da turma, em geral a mais encorpada também. Nasceram meus seios primeiro que todas as meninas, meu número de calça jeans era sempre maior do que o padrão preestabelecido não sei por quem. Lembro das aulas de educação física, em que todos eram medidos e pesados...grandes humilhações passei aí, até mesmo pelos professores: nossa, mas você é muito grande, hein? Olha só os seus números aqui, nossa! E como os dados eram tirados em dupla, imagina só a comparação...
Garanto a você, não era nada surreal, nunca fui obesa... mas para uma adolescente que aos 11 anos já tinha a altura que tenho até hoje, 1,75, com peso, naturalmente 10 a 20% maior do que as consideradas normais, já dá pra ter ideia do trauma. E porque será que até hoje odeio subir em balança e medir meu corpo, principalmente com aqueles pinçadores de dobras cutâneas e assemelhados? Enfim...
E lembro também, com certa raiva até hoje, do desgraçado do coleguinha que percebeu meu primeiro dia de uso de sutiã, que tentava disfarçar com braços cruzados o tempo todo, ao puxar o elástico pelas minhas costas, rindo e gritando: a Isa tá usando sutiãããããã!!!! E plaft! O vermelhidão nas costas passou em pouco tempo, mas ainda permanecem as cicatrizes da vergonha daquele momento até hoje.
De qualquer forma, nunca tive dificuldades em fazer amizades e mantê-las, por isso reafirmo que as agressões que sofri não foram tão insuportáveis assim, e acredito que todo mundo tenha uma história para contar, dos tempos de colégio, que não lhe traga boas lembranças.
Hoje em dia, graças a Deus, já se cuida mais do ambiente escolar, e acredito que os profissionais estejam muito melhor preparados para lidar com estas situações e minimizá-las ao máximo quanto aos seus efeitos futuros.
E todos somos responsáveis por isto.
O interessante é que, quando adultos, também somos passíveis de bullying, principalmente no ambiente de trabalho. Inclusive já existe projeto de lei (nº 7.202/2010) que objetiva transformar o assédio moral em acidente de trabalho. Verdadeira revolução e evolução.
Estamos todos amadurecendo... qualquer forma de humilhação e discriminação deve ser ardorosamente combatida, sempre! Que assim seja!
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