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terça-feira, 31 de maio de 2011

E lá se foi o primeiro semestre


E então começamos o mês de junho, acompanhado do frio, das festas caipiras, das guloseimas, do pinhão, da lareira e do cobertor.

Mais do que tudo isto junto está o fim do primeiro semestre. Um bom momento para rever a listinha de projetos que foi escrita no reveillon e saber a quantas anda a programação feita. Fui conferir a minha e tive uma feliz surpresa. A grande maioria delas já estava ok, muitas outras encaminhadas e algumas poucas sobrando para a concretização até o fim do ano. Bom demais.

Uma lista ainda mais significante foi a que fiz há um tempo atrás. Já falei dela aqui, se me lembro bem. Foi logo no início da vida deste blog. 

Cento e quatro itens foram elencados em exatos dez minutos, um recorde absoluto na vivência dos ministrantes do curso. Ali deveria constar tudo aquilo que me faz falta, o que incomoda por não ter sido realizado. Valem projetos simples, complexos e até os impossíveis. Guardo-a com carinho. Revelo a vocês apenas dez deles, já concretizados:

a) deixar os sentimentos aflorarem através do artesanato... e não é que fiz mesmo com o 'Eu que fiz'?

b) fazer novas amizades: seguramente umas três boas amizades eu fiz.

c) convidar mais amigos para visitar minha casa: olha, é difícil um fim de semana sem que isso aconteça!

d) arrumar o jardim: já contei para vocês da minha grama sintética?

e) não se irritar com o trabalho doméstico: tô tentando, eu juro!

f) acampar: esse fim de semana eu fui!

g) comprar um som para o quarto: então, tenho o meu som ambiente para o relaxamento da noite!

h) jantar à la carte, degustando um bom vinho, com o maridão: já fiz várias vezes

i) dançar na minha sala: confesso, acabei de fazer isso agora

j) escutar menos os problemas alheios: e não é que consegui?

Agora, os que ainda não consegui (ei, não vale rir!)

a) tomar banho de cachoeira

b) saltar de paraquedas

c) pintar o cabelo de vermelho

d) comer sem culpa

e) imprimir minhas fotos

f) pintar um quadro sem me achar ridícula

g) pegar um peixe na mão

h) fazer piquenique

i) aprender violão

j) vestir um biquini branco (ixi, esse tá longe!)


Lista revista, motivação total para prosseguir e concretizar tudo o que me é importante. 

Aqui, só foram revelados vinte itens. Tem mais uma penca de 84 projetos só meus.

E você, já fez a sua lista? Olha que o primeiro semestre já foi...

  




segunda-feira, 30 de maio de 2011

Livro - Blog: Lançamento em 01/06/2011


Então tá. Confesso, nunca fui escritora, mas sempre tive vontade de ser. Este blog, na verdade, nasceu exatamente desta minha parcela aquecida e foi esquentando a tal ponto que explodiu como pipoca.

A partir de 01/06/2011, quarta feira próxima, quem quiser e tiver grande vocação para cobaia, pode acessar virtualmente meu primeiro livro, um livro-blog. Tem o título provisório de 'A outra face do egoísmo', uma história única, contínua, dispostas capítulo a capítulo, em mais um blog-filho do Vida-de-Isa. Ficará sempre disponível na coluna direita ou então, diretamente no endereço http://o-livro-da-isa.blogspot.com


Escrito em primeira pessoa, pretende desvendar o cotidiano de uma jovem, já não tão jovem assim, mergulhada num mar de fracassos e derrotas, que encontra no egoísmo a chave para sair de seu círculo vicioso e negativo.

Sem pretensões, sem cobranças nem objetivos, exceto pelo prazer de escrever, de divertir, de questionar e de refletir, a Outra face do Egoísmo é uma história que traz em seu bojo um pouco de tudo que cerca o mundo atual, especialmente os conflitos, os vazios, medos e inseguranças, culminando em buscas por saídas honrosas e dignas para uma vida plena e, sobretudo, feliz.

Uma personagem simples, que aprendeu a rir de si mesma, é o fio condutor da trama, cuja trajetória pode também ser mudada, assim como em nossas próprias vidas, onde tudo é relativamente mutante.

Os leitores terão liberdade para palpitar na trama. Fiquem à vontade. Estou preparadas paras as críticas e também aos elogios, por que não? 


Podem começar a folhear meu primeiro livro-blog a partir de 01/06/2011!!!


Espero todos vocês!!!

Se os tubarões fossem homens...


Texto de Bertold Brecht. Vale a leitura:


“Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guelra dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelras seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelras dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelras dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.”

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Apoio aos professores de meu Estado


Os professores de meu Estado estão em greve. Reivindicam o cumprimento de uma decisão judicial que determina que o Estado pague o piso X para a classe.
Muito mais do que uma simples luta pelo salário, o movimento ganhou força para discutir o que queremos de nossa educação. Valorizar o professor é apenas uma ponta de todo esse imenso iceberg.
Em apoio e homenagem aos professores de Santa Catarina, segue o poema abaixo, título 'O professor', de Tania Maya e composição de Celso Viáfora:



“Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinícius
Machado de Assis, Drummond?

Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
Picasso e Van Gogh?

Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?

Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou
e incentivou…

É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim
Um país pra ensinar seus jovens eh
É, só se faz…

Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim…
Quem com pó de giz…




quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cenoura, ovo e chá


Esta história pode ser conhecida por muita gente, mas sempre que leio, é bom. Por isso, resolvi transcrever aqui para a reflexão de todos. O autor é desconhecido:



Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir.

Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. Seu pai, um chef, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, erva cidreira.

Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o chá e o colocou em um bule.

Virando-se para ela, perguntou:

- Querida, o que você está vendo?

- Cenouras, ovos e chá de cidreira - ela respondeu.

Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras.

Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do chá.

Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

- O que isto significa, pai?

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

Os ovos eram frágeis sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de terem sido fervidos na água, seu interior se tornara duro.

As folhas de cidreira, contudo, eram incomparáveis. Depois que foram colocadas na água fervente, elas haviam mudado a água!

Ele perguntou à filha:

- Qual deles é você, minha querida?

Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde?

Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua força?

Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma?

Ou será que você é como a cidreira, capaz de transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ela própria?

Somos nós os responsáveis pelas próprias decisões. Cabe a nós - somente a nós - decidir se a suposta crise irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, nossa vida enfim.

Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Mas você precisa acreditar nisso. Confiar na sua capacidade e tenacidade para superar mais este desafio.

Espero que, nestas semanas que se seguem, quando convidarem você para tomar um chá, você possa repassar essa história.
 
E aí, vamos tomar um chá?

sábado, 21 de maio de 2011

Regras da Vida


Este texto que reproduzirei agora esteve sempre na barra lateral direita do blog e é uma das minhas fontes de inspiração, desde que comecei esta vida de blogueira. Para quem ainda não leu, porque não viu, destaco agora como post central, porque é imperdível a leitura e principalmente a reflexão!

Regras da Vida



1) Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.


2) Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes.


3) Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os experimentos 'mal sucedidos' são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam.


4) Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada a você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima.


5) Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.


6) 'Lá' só será melhor que 'aqui', quando o seu 'lá' se tornar um'aqui', você simplesmente terá um outro 'lá' que novamente parecerá melhor que 'aqui'.


7) Os outros são apenas espelhos. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.


8) O que você faz da sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.


9) As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e confiar.


10) Você se esquecerá de tudo isso.. e ainda assim, você se lembrará.

domingo, 15 de maio de 2011

Geladeira aberta


Uma grande prova de intimidade entre amigos é convidá-los para vir à sua casa. Trata-se de um passaporte para a aproximação, uma vontade de estreitar laços, uma permissão para conhecer seu ninho, suas memórias, suas manias, gostos e dotes culinários e rir de tudo isso junto. Adoramos receber os amigos e familiares aqui em casa e fazemos isto com grande frequência. É ótimo.

E todos que vem aqui tem toda a liberdade do mundo. Gosto de deixá-los sentir-se em casa. Se conquistou nossa amizade, conquistou também as regalias de quem se sente à vontade. Pode abrir a geladeira, sem cerimônias.

Na verdade, a grande barreira a ser ultrapassada é permitir vir e estar aqui em casa. Escolhemos nossa amizade dentre aqueles que apresentam afinidade, tolerância, educação, carinho e pensamentos compatíveis (às vezes nem tanto) com os nossos. As diferenças são encaradas como possibilidades de crescimento...afinal, discutir e conversar só com os iguais não provoca nem gera crescimento. É bom contestar, argumentar e exercitar estes movimentos com quem você quer bem, com quem você tem consideração.

E como é bom rir, conversar, pensar, discutir ideias, compartilhar...

Acho engraçado a reação das pessoas na primeira vez que abrem a geladeira alheia. Socialmente, todos sabem que o fato é reconhecidamente a permissão dos anfritriões em invadir sua intimidade, assim como também deixar conhecer a parte íntima da casa, quartos, banheiros não sociais e afins. Vejo uma alegria estampada quando se pede uma bebida qualquer e a concessão é dada: pode abrir a geladeira, vai lá! Logo, os laços de amizade se consolidam e fortificam instantaneamente.

É, que grande poder tem a porta da geladeira... e também a porta dos quartos, dos banheiros , do acesso ao segundo andar...

Entre e fique à vontade!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os cachorros de minha rua


Então. Estou correndo três vezes na semana. E em outros dois dias, faço Pilates, já há dois anos. São cinco vezes na semana de dedicação à atividade esportiva.

Na corrida, não é mais a primeira semana, já é a terceira...segundas, quartas e sábados estou encarando uma rotina completamente diferente nos últimos 34 anos de minha vida. E estou gostando...

Costumo dizer que algum bicho me mordeu, não sei bem ao certo o que foi, mas tudo isto vem me motivando muito nos últimos tempos. Uma modificação muito mais interna do que externa, daquelas que se sente nas atitudes, no esforço, no empenho. Já me inscrevi para uma corrida de revezamento e não quero parar.

Sempre fui uma eterna iniciante em matérias esportivas. Sempre começava, começava e logo desistia. E começava de novo. Na entrevista com o profissional, mais uma vez estava escrito 'iniciante' ou ' sedentária'. Humf, pensava eu, de novo...

Agora não. Percebi que é algo definitivo em minha vida. Eu, que quero uma velhice saudável e autônoma, saúde, qualidade de vida, paz com a balança, índices de colesterol e glicemia controlados, tive que, definitivamente fazer uma escolha para alcançar tudo isto. Acho que encontrei minha fórmula.

Hoje, mais uma quarta feira, fui correr novamente, e bati um novo recorde pessoal, 6km, 45 minutos de corrida sem parar um só segundo. 

No primeiro dia, esbaforida, só conseguia atingir os 2 minutos, intervalando um com caminhada. A cachorrada da rua latia sem parar quando eu passava... uma senhora que conversava com uma amiga, escutei comentar...'preciso caminhar como esta moça aí...'. Detalhe, eu estava correndo, correndo com todas as minhas forças internas, tentando me movimentar o mais rápido possível e ela disse que eu estava 'caminhando'... tive que rir.

Depois de três semanas, algumas coisas mudaram.

Os cachorros da minha rua já me conhecem agora. Sabem que sou eu, reconhecem minhas passadas, não latem mais na minha passagem. Enquanto ultrapassava os caminhantes, ouvi uma delas dizer 'vai fundo'... já estou, aparentemente, correndo, ora pois. O incentivo me fez muito bem, sempre fará, não dispenso.

Nunca mais quero ser iniciante, neste quesito... e não serei. Os cachorros de minha rua não vão sentir minha falta...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mas o que foi que aconteceu?


Fico impressionada com a curiosidade do ser humano. Não aquela curiosidade comum, de saber de uma novidade, de querer escutar a fofoca do dia ou de buscar aquela informação atual. Falo da curiosidade sarcástica, daquela que te faz andar mais devagar para olhar o acidente recém ocorrido. Daquela que prende os telespectadores na notícia de uma desgraça, ou daquela que escuta a história triste até o fim.

Não sei o que se passa com os seres humanos...

Também sou um deles, então falo também de mim...algo para a antropologia, a sociologia e qualquer outra 'gia' que se preze estudarem. 

Estava a passear por portais de notícias e reparei que as maiores manchetes são, sempre, ou quase sempre, notícia de desgraça. Assalto, roubo, atentado, terrorismo, acidente, sequestro, morte, ataque, agressão, choro, abandono, massacre e tantas outras pérolas são comuns em todas as nossas leituras diárias. Palavras que te chamam a atenção apenas por existirem, que te forçam a dar um 'clique' para listá-las nas mais lidas do dia.

Outra vez, li sobre um estudo que dizia que palavras deste tipo deixam o teu dia mais triste, pois disparam áreas cerebrais que limitam o pensamento, que geram tristeza, decepção e mal estar...Do contrário, palavras como felicidade, alegria, disposição, amor, aconchego, beleza, vitalidade, limpeza, entusiasmo disparam pensamentos positivos automaticamente.

Decidi testar.

Parei de clicar em assuntos de desgraça, e passei a pesquisar sobre saúde, exercícios, alimentação saudável, moda, música, beleza...e logo me vi com inúmeras ideias, impulsos positivos que culminaram, pasmem, em ópera. Beethoven e Bach são realmente sensacionais.

Em pouco tempo, a sensação de medo, insegurança e tristeza foram deixadas de lado, dando lugar a uma busca saudável por tudo que realmente interessa e faz diferença para o bem.

Algo tão simples e de retorno tão rápido. Um esforço que vale a pena.

Hoje corri por 41 minutos, sem parar. Algo impensável mas que agora já faz parte da minha vida, como jamais havia imaginado. Inscrevi-me em minha primeira corrida. Já faço planos para as próximas, mais ousadas e difíceis.

Passei uma tarde de sábado com amigas queridas. Algo que não fazia a décadas. Ri muito, contei e escutei histórias, apertei laços de amizade e familiares.

Planejo meus dias e noites para vivê-los intensamente, sem espaços monótonos ou improdutivos. Tem um poder incrível.

Classifiquei diferente minhas prioridades na vida. A equação estava errada, corrigi...foi bom...não doeu.

Descobri que mudar o pensamento é um poderoso instrumento de felicidade. Antes, vivia isto em teoria. Hoje, realizo na prática, em meu benefício e por todos que me cercam. Não sei dizer como isso tudo começou, se é que teve começo ou meio...mas não vai ter fim.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mãe


Podem dizer que é uma data comercial, podem dizer que dia das mães é todo dia, mas ninguém pode esquecer que no próximo domingo todo mundo quer, na verdade, estar pertinho da sua. Quem não tem mais a presença física, agarra-se nas lembranças, nos momentos bons, conecta-se em pensamento. Quem ainda tem, cheira o cangote, aperta as bochechas, abraça muito, diz mais uma vez que ama e que não seria nada se não fosse ela.

O que representa a mãe na vida de um filho é algo inexplicável. Só posso aqui relatar os meus sentimentos, já que tive a graça de nascer através de um ser humano único...minha mãe é pra lá de especial. Uma mulher forte, íntegra, amorosa ao extremo, tanto que abdicou muitas vezes de sua própria felicidade e plenitude para viver nos filhos sua parcela de vida mais intensa.

Não sei o que é não ter uma mãe ao lado. Em todos os momentos de minha vida, dos bons, passando pelos monótonos até os ruins, ela está sempre lá, disponível, pronta, presente. Faz papel duplo, triplo, quádruplo se necessário...espelho-me o tempo inteiro nesta disponibilidade para ser, ao menos, um pouco parecida com ela no meu papel de mãe.

É certo que os resultados como ser humano são melhores ou piores dependendo deste estado de alerta materno. Dizer que ama é fácil, basta pronunciar algumas palavras. Mas as atitudes amorosas, a atenção, o preparo, a parceria e a cumplicidade são as verdadeiras chaves maternas do amor, é o que constrói e consolida este elo inexplicável que só se pode sentir quando realmente passamos a ser mãe também.

Homenagear minha mãe sempre carrega em si uma emoção muito forte. Não há palavras para agradecer nem dizer o quanto sou grata por todo o amor dedicado a mim, todos os dias, em todos os níveis. Não só por ter me dado a vida, por ter me ensinado tudo da vida, por ter me protegido, por ter sido pai e mãe em proporções verdadeiras, mas por ter me dado a oportunidade de conviver com um exemplo de vida. 

Quem tem amor, só pode dar amor. Você, minha mãe, permitiu, se esforçou, e concretizou amor em minha vida. Amor pleno, em todos os sentidos. Do amor provedor, aquele que alimenta, acolhe, faz dormir. Também aquele que lê histórias, faz rir, faz cócegas, brinca de esconde-esconde. O amor da mãe leoa, que luta pelos direitos do seu rebento. Aquele amor que cobra a lição, que toma a leitura, que corrige os deveres e refaz as provas com notas baixas. O amor que briga na escola, que tira satisfação, que não deixa barato, que protege, que vai a todas as reuniões escolares e cobra resultados. Amor que cuida, que trata a doença, que perde sono pela febre, que se desespera e sente a dor do filho. Aquele amor que aconselha, orienta e educa. Amor que diz que vai chover, que agasalha, que vê se escovou o dente direitinho. O amor das lições de moral, dos castigos pedagógicos, dos ensinamentos, das broncas, dos limites. O amor do perdão, do recomeço, das lutas pessoais e internas. O amor do toque, do carinho, do cheiro, do amasso e do abraço interminável. O amor da organização da casa, da rotina, da comida, da roupa limpa e passada, que sabe tirar a mancha da calça nova, do lençol cheiroso e que sabe certinho o que a filha gosta de vestir. O amor do elogio e do incentivo. Amor que ensina a se maquiar, a andar de sapato alto, a se comportar, portar, a se vestir e ser mulher. O amor das etiquetas e dos comportamentos sociais. Amor que atende ao chamado desesperado, o amor da cumplicidade, do olhar que é entendido sem nenhuma palavra. Amor que diligencia e acompanha as amizades, que se interessa em saber quem é o pai e a mãe do amiguinho que convive com o filho. O amor que busca e leva nas festas, o amor que orienta sobre sexo, drogas e rock and roll. O amor do exemplo, do espelho, do faça como eu faço...o amor do ombro cedido ao choro, das conversas intermináveis, dos aconselhamentos. O amor da repetição que não se cansa, que tenta de novo, que aconselha de novo, que conversa de novo. O amor que não tem medo de errar e de reconhecer o erro e que pede conselhos também. O amor que só pede um telefonema para saber se está tudo bem, amor que emociona só por existir...amor de mãe.

Você, mãe, me fez sentir, até hoje, todos estes amores e outros ainda que nem foram listados, pois são só nossos, únicos, de segredos e fechados para um mundo quem não precisa entender ou saber.

Só eu e você sabemos do elo que nos une, que é maior do que ele mesmo, mais forte do que nós duas e mais pleno e intenso do que qualquer outro amor. Te amo de todo o meu coração. Sou-lhe grata por tudo, com tudo o que isto representou e ainda representa em minha vida.

Feliz Dia das Mães, todos os dias.






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