Podem dizer que é uma data comercial, podem dizer que dia das mães é todo dia, mas ninguém pode esquecer que no próximo domingo todo mundo quer, na verdade, estar pertinho da sua. Quem não tem mais a presença física, agarra-se nas lembranças, nos momentos bons, conecta-se em pensamento. Quem ainda tem, cheira o cangote, aperta as bochechas, abraça muito, diz mais uma vez que ama e que não seria nada se não fosse ela.
O que representa a mãe na vida de um filho é algo inexplicável. Só posso aqui relatar os meus sentimentos, já que tive a graça de nascer através de um ser humano único...minha mãe é pra lá de especial. Uma mulher forte, íntegra, amorosa ao extremo, tanto que abdicou muitas vezes de sua própria felicidade e plenitude para viver nos filhos sua parcela de vida mais intensa.
Não sei o que é não ter uma mãe ao lado. Em todos os momentos de minha vida, dos bons, passando pelos monótonos até os ruins, ela está sempre lá, disponível, pronta, presente. Faz papel duplo, triplo, quádruplo se necessário...espelho-me o tempo inteiro nesta disponibilidade para ser, ao menos, um pouco parecida com ela no meu papel de mãe.
É certo que os resultados como ser humano são melhores ou piores dependendo deste estado de alerta materno. Dizer que ama é fácil, basta pronunciar algumas palavras. Mas as atitudes amorosas, a atenção, o preparo, a parceria e a cumplicidade são as verdadeiras chaves maternas do amor, é o que constrói e consolida este elo inexplicável que só se pode sentir quando realmente passamos a ser mãe também.
Homenagear minha mãe sempre carrega em si uma emoção muito forte. Não há palavras para agradecer nem dizer o quanto sou grata por todo o amor dedicado a mim, todos os dias, em todos os níveis. Não só por ter me dado a vida, por ter me ensinado tudo da vida, por ter me protegido, por ter sido pai e mãe em proporções verdadeiras, mas por ter me dado a oportunidade de conviver com um exemplo de vida.
Quem tem amor, só pode dar amor. Você, minha mãe, permitiu, se esforçou, e concretizou amor em minha vida. Amor pleno, em todos os sentidos. Do amor provedor, aquele que alimenta, acolhe, faz dormir. Também aquele que lê histórias, faz rir, faz cócegas, brinca de esconde-esconde. O amor da mãe leoa, que luta pelos direitos do seu rebento. Aquele amor que cobra a lição, que toma a leitura, que corrige os deveres e refaz as provas com notas baixas. O amor que briga na escola, que tira satisfação, que não deixa barato, que protege, que vai a todas as reuniões escolares e cobra resultados. Amor que cuida, que trata a doença, que perde sono pela febre, que se desespera e sente a dor do filho. Aquele amor que aconselha, orienta e educa. Amor que diz que vai chover, que agasalha, que vê se escovou o dente direitinho. O amor das lições de moral, dos castigos pedagógicos, dos ensinamentos, das broncas, dos limites. O amor do perdão, do recomeço, das lutas pessoais e internas. O amor do toque, do carinho, do cheiro, do amasso e do abraço interminável. O amor da organização da casa, da rotina, da comida, da roupa limpa e passada, que sabe tirar a mancha da calça nova, do lençol cheiroso e que sabe certinho o que a filha gosta de vestir. O amor do elogio e do incentivo. Amor que ensina a se maquiar, a andar de sapato alto, a se comportar, portar, a se vestir e ser mulher. O amor das etiquetas e dos comportamentos sociais. Amor que atende ao chamado desesperado, o amor da cumplicidade, do olhar que é entendido sem nenhuma palavra. Amor que diligencia e acompanha as amizades, que se interessa em saber quem é o pai e a mãe do amiguinho que convive com o filho. O amor que busca e leva nas festas, o amor que orienta sobre sexo, drogas e rock and roll. O amor do exemplo, do espelho, do faça como eu faço...o amor do ombro cedido ao choro, das conversas intermináveis, dos aconselhamentos. O amor da repetição que não se cansa, que tenta de novo, que aconselha de novo, que conversa de novo. O amor que não tem medo de errar e de reconhecer o erro e que pede conselhos também. O amor que só pede um telefonema para saber se está tudo bem, amor que emociona só por existir...amor de mãe.
Você, mãe, me fez sentir, até hoje, todos estes amores e outros ainda que nem foram listados, pois são só nossos, únicos, de segredos e fechados para um mundo quem não precisa entender ou saber.
Só eu e você sabemos do elo que nos une, que é maior do que ele mesmo, mais forte do que nós duas e mais pleno e intenso do que qualquer outro amor. Te amo de todo o meu coração. Sou-lhe grata por tudo, com tudo o que isto representou e ainda representa em minha vida.
Feliz Dia das Mães, todos os dias.