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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Descendo do salto


Mamãe ensinou-me a ser comportada, educada, fina, delicada, uma mocinha...e assim me comporto, na maioria das vezes.

Mas olha, não pisa no meu calo não, que eu também sei descer do salto... ah, se sei!

Não me provoca, que leva... não me bloqueia, que eu avanço. Não se mete no meu caminho. Deixa o espaço livre!

Há milhares de coisas que me tiram do sério e, na grande maioria delas, as soluções são simples. Uma conversa, um ajuste, um 'não gostei', sempre rola e tudo fica resolvido.

Mas há situações que precisamos impor nosso modo de agir, nossa maneira de ser, sob pena de parecer inerte, passiva demais. Aí, meu amigo, aí é que a firmeza dá o tom da conversa. 

E não pense que a gritaria come solta, que as cenas sejam grotescas. Para impor sua voz, basta ter convicção.

Desço do salto, sim... mas não perco a classe, nunca!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Macaco, eu?



A estreia do fim de semana foi o Planeta dos Macacos. Assisti e recomendo. O papo aqui hoje é reflexo do tema proposto pelo filme, por certo.

Não vou contar a história, não sou estraga prazeres. Mas impossível não refletir sobre o assunto: evolução e inteligência. O que destacou um macaco dos demais foi a capacidade de resolver os problemas dos quais tinha consciência e vontade para fazê-lo. Um objetivo.

Utilizou dos meios que possuía até alcançá-lo. Criou alternativas, caminhos paralelos, aliou-se aos que melhor o ajudariam a conquistar o que queria, induziu, instigou, criou, liderou.

Os liderados, por sua vez, encontraram no líder não somente um forte, mas alguém que os fez enxergar uma direção. Em troca, ofereceram lealdade... o exército estava formado.

E quantas vezes não agimos como os macacos do filme, sagrados inteligentes por uma criação de laboratório. Entre nós, também se destacam os humanos que, diante dos problemas, conseguem as melhores soluções, utilizando das ferramentas que possuem, e não apenas criticando e desejando um mundo ideal. Se faz o aqui e o agora, com o que se tem... esta sempre foi a chave da evolução que impulsiona o mundo...

Como eles, somos seres sociais, precisamos do grupo, ser aceito, encontrar um mecanismo de comunicação, seja através de gestos, palavras ou mesmo usando subterfúgios como times de futebol, comidas favoritas, gostos semelhantes, interesses comuns... Ao encontrarmos um grupo, usamos das pessoas para aproveitá-las da maneira que melhor nos convier. Os líderes buscam no outro a força que lhes completam...os liderados entregam a lealdade e admiração em nome de um rumo que eles não quiseram ou não puderam ver.

Em sociedade, escolhemos o papel que queremos viver e nos relacionamos desta forma, ora em zonas de conforto, ora em mudança por necessidade ou crise. Satisfeitas as necessidades básicas, evoluímos a passos mais ou menos largos, atendendo nossos esforços e disciplina proporcionalmente ativos. E, no meio de tudo isso, utilizamos dos sentimentos para nos impulsionar ou nos destruir: e aí misturam-se raiva, carinho, inveja, carinho, ternura, pena, respeito, traição, gratidão...

E o filme? Será que falava mesmo de macacos?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A maçã apodreceu?

                                           

Recentemente, Steve Jobs deixou o comando da Apple para tratar  de um problema de saúde. A justificativa girou em torno da consciência do famoso CEO que era a hora de pendurar as chuteiras.

Imediatamente após o anúncio oficial, as ações da Apple sofreram queda de aproximadamente 4% em função da desconfiança dos investidores, que especulam os efeitos que uma piora no quadro de Jobs trará aos resultados da empresa.

Uma pergunta povoa meu pensamento: qual a influência que uma só pessoa exerce à sua volta?

Evidente que a figura de Jobs impõe credibilidade, respeito e, para muitos, é a certeza de um futuro promissor numa que é calcada em inovações tecnologias constantes, e que depende do brilhantismo de seus gestores.

Mas este não é o ponto.

Por que somente a figura dele traz em seu cerne todos estes aspectos? Óbvio que não foi do dia para a noite que isso se consolidou. A credibilidade, o respeito, a lealdade são valores que só agregamos à nossa personalidade num conjunto de atos, diluídos no tempo, com coerência, personalidade, caráter e firmeza.

A verdade é que ninguém conquista valores sólidos com atitudes frágeis e displicentes.

A amplitude das ações positivas só se alcança com coragem e, sobretudo, disciplina. Influencia-se o outro pelo exemplo, pela previsibilidade dos atos que emanam daquela pessoa sabidamente embasados sob os pilares firmes da justiça, do amor, da dignidade e do respeito.

Este é o poder de Jobs. Ele tem muito mais a ensinar do que apenas comer uma maçã, que jamais apodrecerá sob este aspecto.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amizade


Já escrevi aqui, há um tempo, sobre Confúncio, o filósofo chinês a quem tanto admiro, tanto pelo legado que deixou, como pela atualidade de seus pensamentos, firmes ainda em tempos ditos modernos, digitais e virtuais.

Passeando por algumas de suas belas frases, deparei-me com esta:


“Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade”.

O verdadeiro valor de uma amizade consiste em criarmos em elo de confiança, respeito e admiração pelo outro, capaz de considerá-lo tão próximo e tão único quanto nossos próprios amores. E este sentimento independe da distância, do tempo em que se está perto ou longe, dos problemas enfrentados por um ou pelo outro.

Enquanto existe confiança, respeito e admiração, a amizade permanece.

Tenho amigos próximos e amigos distantes. Com as redes sociais, contudo, todos parecem perto e é mais fácil expressar e cultivar as benesses da amizade, ainda que virtualmente. Farei isso com mais freqüência... vi bons resultados e retornos emocionantes.

Já me surpreendi tanto positivamente, quanto negativamente, com relação a muitas pessoas. Isso faz parte do crescimento e do amadurecimento de todos. Também já passei por processos em que reestabeleci as prioridades de meu caminho e nada garante que não tenha que passar por outros de igual magnitude.

A certeza, contudo, é que terei comigo, sempre, amigos verdadeiros, que se constituem em preciosas riquezas. Com alguns deles também congrego laços de parentesco e com muitos outros, a inexistência de ligações de sangue são meros detalhes caprichosos... nos encontraríamos nesta caminhada independente disso.

A todos os meus amigos, e todos eles sabem que assim os considero qualitativamente, o meu carinho, meu respeito, e minha eterna admiração.

Amizade é uma alma com dois corpos (Aristóteles)


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Guarda-chuva azul


Mês passado comprei um guarda-chuva novo, de cor azul celeste. O meu antigo, cinza chumbo, havia quebrado por um descuido desses inexplicáveis e lá fui eu escolher outra peça guardachuvística. O azulão era o único que estava disponível na loja e, inicialmente, torci o nariz para a cor berrante, mas preferi levá-lo a ter que me molhar nos próximos dias em que a previsão apontava chuva intermitente.

Nestas semanas de frio e empoçadas, inevitavelmente estreei o meu azulzinho. Apesar de odiar a chuva, principalmente quando ela dura dias e mais dias, devo confessar que a cor do guarda-chuva influenciou no meu astral.

De repente, observei que as cores são predominantes nestes acessórios úteis, e o velho preto e cinza escuro já são exceção. Numa única rua havia um vermelho, um amarelo, o meu azul e o de minha filha, um simpático sapinho verde com olhos saltados, que arrancava sorrisos de quem passava por ela.

Algo tão simples foi capaz de fazer a diferença em meio a um dia cinzento, chato, irritante e molhado.

Parabéns aos que tiveram a ideia de confeccionar guardas-chuvas coloridos e divertidos. Nunca mais compro um preto... afinal, para quê contribuir com mais tristeza num dia chuvoso?

Faça a sua parte, contribua para um mundo mais colorido. Comece pelo seu guarda-chuva!

#ficadica

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pura sorte...


Esses dias, pensei na sorte. Não aquela sorte trivial, imprevisível, que te pega de surpresa e aparece assim só para te agradar. Pensava na sorte que caminhava do meu lado sempre, até parecer que fosse comum, esperado e já imperceptível.

Minha filha me chamou a atenção. No fim do dia, sempre que ela tem vontade, rezamos, a nosso modo, conversando sobre os acontecimentos do dia, e essencialmente agradecendo pelas coisas boas que aconteceram...

E qual foi a minha surpresa em escutar dela que agradecia pela cama quentinha e macia que tinha. "porque eu sei que algumas pessoas, nesse frio todo, não tem uma cama, nem uma casa, né mãe?"... é verdade filha, é verdade (#nónagarganta).

Essa aparente sorte que esquecemos que nos acompanha todo o tempo, desde que nos acordamos sob um teto seguro, até a hora de chegarmos para a convivência familiar noturna, de todos os dias. É dessa sorte que eu refletia por esses dias.

Não é possível chegar a uma conclusão certeira sobre este tema. Qual a razão para alguns terem e outros faltarem, por que nascer em uma família estruturada, com carinho, amor, comida, limpeza e aconchego, enquanto outros nascem sobre tiros do tráfico, acham normal tomar banho frio e acordar às 3 e meia da madrugada para ir à escola, a quilômetros de distância, caminhando no escuro.

Não pode ser simplesmente... sorte. Não seria plausível, nem lógico pensar tão minimamente sobre fatos tão relevantes e primordiais para o crescimento saudável de um ser humano. Um ato tão simples quanto dormir numa cama limpa e quentinha não poderia ser privilégio de alguns. Estudar num ambiente seguro, estruturado e pensado para o aprendizado, vestir roupas bonitas e sentir-se bela, arrumada, cheirosa...coisas aparentemente simples em que tudo contribui para a consolidação de uma pessoa com auto estima, que se sente capaz de realizar coisas, capaz de amar e ser amada, capaz de dar e receber...

E volto-me mais uma vez à sapiência das explicações espíritas, onde cada qual agrega, por merecimento, os avanços de cada encarnação. É confortante acreditar nesta máxima, embora não seja capaz de abstrair a comoção, diante de uma caso concreto injusto, nem mesmo de perder a capacidade de indignação perante a fraqueza do Estado, da sociedade e do conjunto que nos rege por obrigação.

Enquanto as pessoas não mudam, enquanto a sociedade não amadurece, enquanto os governos não param de se preocupar mais com siglas do que com os cidadãos, por ora, é bom poder contar com a sorte... 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Já matou seu leão hoje?


Diversos leões nos perseguem desde a hora que decidimos abrir os olhos, pela manhã.
E há que diga que abrir os olhos e levantar já é matar um leão...

Ao longo da vida, já encarei diversos leões, com tamanhos, formatos e cores diferentes...os primeiros, ainda na escola, pareciam bem brabos, irritados, grande e fortes e hoje, olhando para trás, os percebo como dóceis gatinhos.

Há aqueles que conseguimos enjaular, deixar lá escondidos por um tempo, seja para atiçá-los de vez em quando, seja para esquecê-los momentaneamente, embora os alimentemos de algum jeito.

Também existem os leões que enfrentamos, mostramos o chicote e tentamos domar, com certo êxito, pois bem. Levamos alguns arranhões, por vezes, um rugido forte capaz de ensurdecer e tremer as pernas, mas por um descuido do bicho, cravamos a faca em seu peito e o abatemos.

Menos um...

Por certo, cada um enxerga o bicho como lhe melhor aprouver. A quantidade deles e a força de cada um também é ditada por cada um de nós, seus algozes.

Avalie seus leões e dê a eles o tamanho e a força que merecem e que sejas capaz de enfrentar com menor esforço e sofrimento...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Reticências...



A frase que inspira o post de hoje é de Mário Quintana. Um querido colega postou no Facebook e meu pensamento foi rapidamente ao cosmos ao lê-la. Vamos a ela:


‎"As reticências são os três primeiros passos do pensamento 
que continua por conta própria o seu caminho"

É verdade que sempre fui apaixonada pela língua portuguesa, e isso nunca foi novidade por aqui, diversos posts já demonstraram esta minha paixão declarada. Quando li esta frase lembrei imediatamente da professora de Português que despertou este meu amor todo pela escrita...Marisa. O carinho com que ela lecionava, as dinâmicas de sua aula, a interdisciplinaridade... tudo encantava.

O grande papel dela em minha vida foi deixar de encarar o português apenas como uma língua difícil, cheia de regras e macetes, e entender verdadeiramente seu valor, sua beleza e seu poder.

E então, veio a pontuação... "Uma pessoa só poderá dizer que sabe escrever quando souber pontuar um texto"... e assim ela instigava os alunos a encarar os desafios.

Ponto final, exclamação, travessão, ponto e vírgula... cada um no seu papel, no seu lugar. Até chegarem os mais difíceis: vírgula e reticências...

A frase de Mário Quintana é inspiradora no momento em que você deixa de enxergar as coisas superficialmente, e aprofunda-se encantado, por vontade própria, permitindo-se mergulhar em águas mais profundas.

Quem quiser ver as reticências como apenas três pontos alinhados num texto qualquer, fique à vontade. Também há liberdade para isto. Mas quem quiser ver diferente...

Deixe seu pensamento voar!

Foi o que Marisa fez por mim... e este é o poder das reticências... 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

E eu com isso?


Pensar no cotidiano é viver todos os instantes em reflexão. E isto é positivo em muitos sentidos, talvez negativo sob olhares mais cansativos ou omissos, mas sinceramente até hoje, só consigo enxergar o lado bom em agir criticamente.

Constatei desde cedo que quanto mais aprendemos, mais temos responsabilidades. Aquele que ignora um fato, um assunto ou uma ciência deve ter sua parcela de obrigação minimizada a respeito do tema. Ao contrário, quando você já possui instrumentos que lhe indiquem o conhecimento, sua parcela de análise para responder pelos próprio atos deve ser pesada sob este viés.

Isto significa que se exerço a cidadania de forma displicente, tendo condições de conhecer efetivamente qual o meu papel como ser social, com direitos e deveres sabidos, devo responder por essa displicência. Do contrário, se não tenho meios de entender ou saber como agir em determinada situação, se efetivamente há a omissão ou ato impensado, o resultado é diferente.

Agir em reflexão, durante o dia que nasce para nos aprimorarmos, é viver intensamente a sua parcela responsável de acordo com seu conhecimento. E quanto mais se sabe...maiores os graus reflexos sob a responsabilidade.

A máxima: 'penso, logo existo' encaixa-se perfeitamente aqui. Se penso, reflito, aprimoro, atinjo, tento, consigo...vivo. Se me deixo levar pelo cotidiano, entendendo-o apenas tal uma sequência meio incerta de acontecimentos, apenas conduzo minha vida tal como uma balsa à deriva no mar, levada pelas correntes marítimas já preestabelecidas.

Cada um conduz seus atos como melhor lhe aprouver. E todos seremos cobrados, levando-se em conta o grau do conhecimento que nos foi proporcionado.

Acredito verdadeiramente nisto como uma regra justa. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fim de férias?


Então que este fim de semana consagra o fim das minhas férias, mas não estou saudosa, muito pelo contrário.

Evidente que o clima de relaxamento é bom, é saudável, é importante e já não saberia viver mais sem ele, mas o fato é que o trabalho não deve representar algo negativo, ou, pelo menos, saber viver o 'clima de férias' independentemente do fato de estar cumprindo uma obrigação laboral.

Este grande desafio assola muitos da vida moderna e posso assegurar que faz muito bem para a saúde viver intensamente todos os dias, mesmo quando o relógio parece estar o tempo todo contra você.

Experimentar a sensação de férias mesmo não estando num período de puro ócio pode estar presente numa garrafa de vinho, numa companhia agradável, numa música, na preparação de uma festa, na recepção de amigos, num almoço de domingo, num filme, numa barra de chocolate, numa receita diferente, numa caminhada, no passeio com o cachorro, na brincadeira com uma criança.

Assim como nas férias, que só é válida quando nos propomos a vivê-la intensamente, o retorno ao trabalho também pode conter suas parcelas positivas.

Então, que venha senhora nobre segunda-feira! Mas antes, deixa eu curtir meu fim de semana no hotel fazenda! Afinal, uma mordomiazinha a mais sempre cai bem!
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