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sábado, 30 de outubro de 2010

Expressão artística



Uma das coisas que mais gosto de fazer com minha filha é pintar. Não sei bem ao certo, mas aquela calmaria, aquela paz em somente escolher as cores e dispô-las num papel branco me acalma, me faz bem. Nem me importo com a sujeira e a bagunça, só as gargalhadas e sorrisos de minha pequena valem a lambança.

Dia desses chegou às minhas mãos um livro cujo título não lembro ao certo, mas era algo do tipo "as coisas que você não deve deixar de fazer com seu filho"... ideias interessantíssimas estavam ali e fiquei muitíssimo feliz em saber que boa parte das sugestões eu já tinha feito com minha filha.

Faltam ainda festa do pijama com família e amigos, casa na árvore, fazer animais com sombra em dias de falta de luz, e algumas outras tantas. Em breve, estarei realizando todas elas. E, na pintura, ainda falta a bagunça no lençol. A atividade é simples: um lençol branco, qualquer, pode ser de solteiro, pra ficar com a criança depois, ou de casal, pra presentear os pais, avós, padrinhos ou tios. Abre aquele lençol num espaço grande e deixa tintas de várias cores à disposição. Depois, é só usar pincel, dedo das mãos ou pés e deixar a criança se esbaldar... os adultos também estão convidados e a farra fica ainda maior.

Depois do 'desenho' pronto, deixar secar e embrulhar num lindo pacote para presentar o escolhido. Toda vez que a pessoa usar, vai saber que o lençol foi feito com base em risos e gargalhadas, e só isso fará a noite mais feliz.

Ter filhos é tudo de bom, melhor ainda é fazê-los felizes!


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Boi de Mamão


Eu sei, eu sei, estou muito folclórica ultimamente. Prometo mudar de tema em breve. Por enquanto, continuo na 'vibe', e peço licença aos leitores pra chamar a atenção para o assunto a seguir.

Moro numa cidade cuja manifestação folclórica mais expressiva é o boi de mamão. Não, não precisa jogar no 'google', moro em Florianópolis. Aqui, a cultura açoriana é marcante, nos monumentos, arquitetura, comida, dialeto manezês, pau de fita e boi de mamão.

Desde criança convivi e assisti inúmeras vezes o espetáculo e, é claro, até hoje adoro assistir. Fim de semana passado, surpreendi-me com a dedicação e a beleza dos personagens trazida pelo Grupo Folclórico Filhos da Terra. Para se ter uma ideia, a bernunça, efetivamente, engolia as crianças que assistiam, que depois corriam até seus pais com aquela cara de espanto e alegria. Nem preciso dizer que minha filha fez questão de ser 'engolida' por duas vezes. Divertidíssimo.

No entanto, talvez por preguiça ou falta de interesse, não sabia ao certo o significado da encenação e dos personagens, embora as soubesse de cor. Nunca é tarde. Transcrevo a seguir alguns trechos extraídos do site http://www.manezinhodailha.com.br, para deleite dos interessados.

O Folguedo, em resumo, conta a história de um boi que está muito doente e deve ser levado ao veterinário - Seo Doutor. Esse, com poucos remédios e sua benzedura, livra o boi da agonia da morte. Termina com sua cura e com o ginete em seu cavalinho laçando o boi. Todos os personagens dançam ao som da cantoria e com o chamador que canta os versos para chamá-los. As cantorias diferem, havendo muita improvisação por parte dos Músicos que tem no pandeiro, violão e na gaita, seus principais instrumentos musicais, bem como entre eles o Chamador que tem a responsabilidade pela cantoria. Ao lado, o Coro de vozes, acompanhando todas as melodias entoadas pelo chamador.

O Boi de Mamão no sul, é menos místico e mais gracioso com coreografias mais alegres, se comparado ao Bumba Meu Boi. Encanta adultos e, principalmente, as crianças. Mesmo com o temor das investidas do Boi e a fantástica figura da Bernunça, que sempre quer engoli-las é o mais popular folguedo de nossa terra. Este folguedo teve outras denominações como: Boi de Pau, Boi de Palha, Boi de Pano e finalmente o Boi de Mamão. Esta designação dizem vir, a partir do momento em que foi usado para fazer a cabeça do boi, um mamão verde.

A primeira apresentação pública documentada deste folguedo foi descrita pelo professor e escritor José Arthur Boiteaux no seu livro "Águas Passadas" no ano de 1930. Diz ele que em dezembro de 1871 o então Presidente da Província de Santa Catarina, Dr. Joaquim Bandeira Gouvêa, sabedor que era da existência de um Boi de Mamão ali pelos lados do antigo Campo do Manejo, mandou seu secretário convidar o mestre vaqueiro para que trouxesse o Boi para uma apresentação em frente ao palácio do governo, o que aconteceu durante a noite. Este boi saiu de um galpão próximo do forte Santa Bárbara.

Mateus e o Vaqueiro são os responsáveis por tornar a brincadeira mais divertida, pois são eles que ficam entregues as palhaçadas e a dramatização do auto. Brincadeira de boi, com um Mateus que não seja cômico, não despertará a atenção do público, pois é ele que deve improvisar o espetáculo e criar situações embaraçosas. O Seo Doutor, figura hilária onde movido a "pinga" faz o atendimento do boi adoecido sempre atrapalhado pelo cachorro e o urubu.

Dona Maricota, com seus três metros de altura, ensina para as crianças que "tamanho não é documento", pois com seus braços longos e mãos espalmadas, vai distribuindo muitas carícias - existiram grupos onde a Maricota era personagem que zangada distribuía tapas em quem estivesse ao seu alcance. Já a Cabrinha e a Bernúnça, conhecida como a que"come tudo que lhe dão", inclusive "gente", possuem coreografia própria. A Bernúnça nada mais é do que uma espécie de bicho-papão, que a maioria das crianças temem.

A Maricota e a Bernúnça foram acrescentadas ao folguedo na primeira metade do século passado, entretanto outras figuras fantasmagóricas já haviam sido introduzidas em alguns Bois-de-Mamão como a Caipora, que figurava como fantasma de assombração.

Segundo Câmara Cascudo, a Bernúnça foi introduzida em São José por volta de 1923, por um preto de nome Felipe Roque de Almeida, trazida por ele dos sertões de Itajaí. O "bicho" teria sido "inventado" por um indivíduo daquelas paragens que procurou fazê-lo o mais grotesco possível e, antes de exibi-lo no Boi, foi mostrá-lo a uma tia, escancarando a boca, o que proporcionou à velha tal susto que a mesma o esconjurou, nervosa, repetindo o sinal da cruz: Abrenúncio! (Satanás!), Abrenúncio! (Satanás!).

Já a Maricota, passou a ser figurante no Boi-de-mamão mais recentemente - nos anos 60 eu presenciei várias apresentações com este personagem. Acredita-se ter sido baseada num componente circense, durante a apresentação de um circo na Ilha-capital. Era esta uma mulher muito alta, que interagia com palhaços. Essa interação acontecia de uma forma bem violenta. A mulher ficava distribuindo bofetadas nos dois palhaços, e esses tentavam fugir de seus golpes.

Cavalinho, embora a maioria das pessoas não perceba, é a figura mais compenetrada em seu papel, apresentando movimentos perfeitos. Seus rodopios são calculados, seus movimentos são rápidos, boleando ou em volta do boi ou investindo contra a platéia. O ponto culminante desse folguedo é a cena do laço. Quando o Vaqueiro laça o boi, após sua ressurreição, toda a platéia aplaude. Já o boi, que pressente o laço, corcoveia, mas o Vaqueiro deve envolver as aspas do boi , para fazer sua retirada, antes que machuque alguém.

Urso Preto, o Urso Branco, o Macaco foram elementos que agregados a brincadeira envolvem as crianças, principalmente, quando brincam em roda, no colo ou mesmo assustando a platéia. O Cachorro e o Urubu são figuras coadjuvantes que participam durante o ato da morte do boi atrapalhando o Vaqueiro, o Mateus e o Seo Doutor. Havia ainda o Marimbondo, Curupira, que como a caipora sumiram do universo da brincadeira do boi.

Aprenderam? Assistir ao próximo Boi de Mamão não será apenas divertido...

Saci com abóbora assombrada?


Escrevi por aqui algo sobre as festas de Halloween, bem me lembro. Lembro também de não aceitar a aversão de algumas pessoas sobre o fato de nós, por aqui, comemorarmos, meio estupidamente, o Dia das Bruxas, sendo que nenhuma ligação temos com tal cultura.

Pois bem. Navegando hoje pela net, deparei-me com o Dia do Saci, uma comemoração que está se firmando em 31 de outubro, homenageando nosso personagem folclórico famoso, em repúdio ao Dia das Bruxas.

A ideia do Dia do Saci, além de configurar uma comemoração autêntica e genuinamente brasileira, está também relacionada à proteção à natureza, já que o negrinho do gorro vermelho, de uma perna só, é guardião da floresta, e como tal, a ama e a protege.

Ótima alternativa para aqueles que, diferente de mim, acreditam que a veneração única de sua própria cultura é melhor.

Gosto das duas opções, afinal, os vampiros e lobisomens têm lá o seu charme...


Repaginando...


Sim, sim, caro leitor, este blog estava em obras. Espero que tenham gostado do novo layout e das firulinhas que inventei. Acredito que tenha ficado mais aconchegante e ao mesmo tempo que continue a despertar o interesse de todos os que por aqui passam.

Vocês não imaginam a satisfação de receber emails perguntando: e aí, e o blog? Saiu do ar? O que houve? Quero ser leitor convidado, libera aí...

Primeiro é preciso explicar: a configuração de blogs dá ao autor algumas opções: opção 1: todos podem acessar o blog; opção 2: apenas alguns podem acessar; opção 3: somente o autor do blog pode acessar.

Para tirar o blog do ar, perderia tudo. Então optei pelo 3: somente eu estava acessando o blog neste período. Estranhamente, ao acessar a página, os leitores tinham a seguinte mensagem arrogante...Você não é convidado deste blog.... juro, não fiz isso, foi algum tilt na configuração.

Explicações feitas, é hora de recomeçar, sempre.

Espero que gostem.
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